Semana do Clima NYC 2025: Dos direitos às parcerias – Trabalhando com os povos indígenas em prol da natureza
Fundação Indígena FSC na Semana do Clima Nova Iorque 2025
FSC IF
Estamos indo para Nova York para a Semana do Clima em Nova York (21 a 28 de setembro), juntando-nos a centenas de parceiros e líderes indígenas para acelerar ações climáticas reais e positivas para a natureza. 2025 é um ano crucial no caminho para a COP30 no Brasil, e este momento nos ajuda a criar impulso para nossa defesa conjunta de soluções lideradas por indígenas e oportunidades de financiamento.
Nossa participação na Semana do Clima no Nature Hub
Nossa participação inclui duas sessões no Nature Hub em Nova York, destinadas a compartilhar abordagens práticas para ampliar as soluções lideradas por indígenas para o clima e a biodiversidade:
Dos direitos às parcerias: trabalhando com os povos indígenas pela natureza
Este diálogo de uma hora, organizado pela FSC Indigenous Foundation em 23 de setembro, desafiará a narrativa predominante sobre os direitos dos povos indígenas. Durante anos, muitas declarações internacionais afirmaram esses direitos, mas a implementação muitas vezes fica aquém. Nossa sessão convoca o setor privado, governos e organizações filantrópicas a ir além do reconhecimento simbólico e avançar em direção a parcerias genuínas que defendam os direitos e, ao mesmo tempo, enfrentem a crise ambiental que enfrentamos.
Também examinaremos as barreiras comuns que as partes interessadas encontram ao se envolverem com comunidades indígenas, como lidar com diversas normas culturais e sociais ou saber com quem consultar, entre outras coisas. Junto com esses desafios, destacaremos histórias de sucesso em que as parcerias proporcionaram soluções duradouras e sustentáveis. A discussão mostrará como a colaboração, o financiamento equitativo e os dados de alta integridade podem impulsionar o investimento em soluções baseadas na natureza lideradas pela comunidade.
Dos direitos às parcerias: parcerias para o sucesso — Círculo de aprendizagem corporativo/indígena
Nesta mesa redonda da Nature4Climate (N4C), participaremos como palestrantes junto com líderes indígenas, empresas e investidores. A conversa explorará como cocriar estratégias de conservação e resiliência climática que vão além da conformidade. Apresentará modelos de financiamento, estruturas de cogovernação e exemplos práticos que demonstram como as empresas e as comunidades indígenas podem trabalhar juntas para proteger os ecossistemas, fortalecer a ação climática e construir parcerias duradouras e baseadas na confiança.
Nossa presença na Climate Week NYC é fortalecida por meio de nossa estreita colaboração com o Forest Stewardship Council (FSC). Juntos, estamos promovendo uma visão comum: as florestas e os povos indígenas são vitais para resolver as crises climáticas e de biodiversidade. Estamos ao lado de parceiros que defendem o manejo florestal sustentável, sistemas de certificação confiáveis e ferramentas inovadoras, como o FSC Verified Impact.
Por meio de esforços conjuntos no Nature Hub e de advocacy coordenado durante toda a Climate Week, estamos demonstrando como a governança inclusiva, dados confiáveis e padrões de alta integridade podem desbloquear financiamentos e parcerias que beneficiam as pessoas, as florestas e o planeta.
Fórum Remediação do FSC em Jakarta: Reflexões sobre o equilíbrio sagrado entre as florestas e as pessoas
A Unidade de Integridade do Sistema FSC realizou o Fórum de Remediação da Ásia-Pacífico em Jakarta, reunindo diversas partes interessadas para promover a compreensão do Marco de Remediação do FSC
FSC IF
A Unidade de Integridade do Sistema do Forest Stewardship Council (FSC) – organizou o Fórum Remediação da Ásia-Pacífico em Jakarta, Indonésia, reunindo detentores de direitos, líderes indígenas, ONGs, empresas, pesquisadores e representantes governamentais para aprofundar a compreensão e o envolvimento em torno da Estrutura Remediação do FSC.
O que é a Estrutura de Remediação do FSC?
A Estrutura de Remediação do FSC é um sistema padronizado que orienta como as empresas devem lidar com danos ambientais e sociais passados relacionados à conversão florestal.
Ele promove a restauração por meio de remediação social e ambiental, garante a transparência na forma como o FSC lida com empresas não conformes e fornece roteiros justos para a remediação. Seu objetivo final é restaurar florestas e comunidades, melhorar a integridade do esquema de certificação FSC e estabelecer condições mensuráveis para potencialmente encerrar a desassociação e reconstruir a confiança.
Um novo capítulo para a reparação
Desde sua entrada em vigor em 1º de julho de 2023, a Estrutura de Remediação do FSC tem como objetivo abordar os danos sociais e ambientais resultantes das operações florestais. A Indonésia, como cenário piloto para implementação, forneceu um estudo de caso vital sobre oportunidades e desafios. O fórum de Jakarta serviu não apenas como uma plataforma para consulta, mas também como um espaço para cura, diálogo e reconciliação, destacando o potencial positivo da reparação para restaurar ecossistemas florestais, proteger a biodiversidade e proporcionar reparação às comunidades afetadas.
Vozes do fórum
Representando a Fundação Indígena do FSC, Nicholas Mujah (membro do Conselho do FSC-IF), Praful Lakra ( -presidente do Comitê Permanente dos Povos Indígenas do FSC PIPC, região da Ásia), Minnie Degawan (diretora-geral da FSC-IF) e Dian Intarini (gerente global dos povos indígenas para silvicultura e certificação) participaram ativamente do Fórum de Remediação de Jakarta, trazendo diversas perspectivas de liderança, governança e envolvimento comunitário.
Durante o fórum, os participantes expressaram que, se os direitos forem mal interpretados, ignorados ou apenas reconhecidos superficialmente, as soluções correm o risco de se tornar meramente simbólicas e podem reproduzir danos em vez de repará-los. Nicholas ressaltou esse ponto, lembrando aos participantes como é fundamental compreender os direitos dos detentores de direitos dentro do sistema de Manejo Florestal.
Além disso, Praful compartilhou insights de sua região, a Índia, enfatizando a necessidade de integrar o conhecimento indígena ao processo e tirando lições da reparação da mineração na região. Como copresidente do Comitê Permanente dos Povos Indígenas (PIPC), a participação de Praful teve um significado especial. Juntamente com Marchus Colchester (Conselho de Administração do FSC e contato do PIPC), que também participou do fórum, a presença deles destacou a importância de garantir que as perspectivas indígenas sejam consistentemente ouvidas nos processos do FSC. A representação do PIPC no evento criou um espaço valioso para o diálogo, o compartilhamento de conhecimento e a reflexão, que podem ajudar a fortalecer a tomada de decisões em nível global.
Da esquerda para a direita: Praful Lakra (copresidente do PIPC, região da Ásia), Marchus Colchester (Conselho Administrativo do FSC), Nicholas Mujah (membro do Conselho FSC-IF), Dian Intarini (Gerente Global de Povos Indígenas para Silvicultura e Certificação) Da esquerda para a direita: Isnadi, de Riau, Kuspawansyah, de Kalimantan Oriental, Nicholas Mujah (membro do Conselho do FSC-IF) e Minnie Degawan (Diretora Administrativa do FSC-IF)
Além disso, Minnie lembrou aos participantes que, para os povos indígenas, a solução não é uma lista de consultas ou atividades, mas sim restaurar o equilíbrio e salvaguardar as relações: com a terra, as comunidades e o invisível.
“As florestas são nossos parentes”, disse ela. “São os locais de descanso de nossos ancestrais, onde enterramos os cordões umbilicais de nossos filhos para conectá-los à Mãe Terra. Sustentar a floresta é sustentar a Terra e a comunidade. Para nós, reparação significa restaurar esse equilíbrio sagrado.”
Minnie enfatizou a necessidade de uma comunicação mais clara sobre o que é e o que não é a Estrutura de Remediação. Ela enfatizou que, sem essa clareza, as comunidades correm o risco de ter falsas expectativas e sofrer mais danos.
No centro de sua mensagem estava o apelo para reformular o Consentimento Livre, Prévio e Informado (FPIC) como um processo de construção de relacionamentos, em vez de uma etapa processual, lembrando aos participantes que o consentimento está enraizado na confiança, na equidade e no entendimento mútuo.
Por fim, Dian Intarini sugeriu que as ações de reparação devem estar alinhadas com as políticas nacionais de empoderamento comunitário e direitos à terra, por exemplo, a Lei das Aldeias da Indonésia, para apoiar a sustentabilidade a longo prazo dessas ações.
Observações principais
Ao longo de três dias, a agenda passou da exploração de soluções para acelerar as remediações, para apresentações sobre a cura social e cultural em conflitos não resolvidos, até uma reunião fechada com os detentores de direitos refletindo sobre suas preocupações e expectativas.
O fórum conseguiu promover um diálogo aberto e construtivo, embora também tenha revelado uma desconexão na forma como as partes interessadas entendiam a estrutura e destacado tensões entre os povos indígenas e as comunidades migrantes/transmigrantes que exigem abordagens sensíveis. Em meio a essa dinâmica, a Fundação Indígena FSC emergiu como uma facilitadora neutra e confiável, disposta a apoiar continuamente o processo.
Olhando para o futuro
À medida que a Estrutura de Remediação do FSC continua a tomar forma, as lições do fórum de Jakarta nos lembram que a remediação deve ser intencional, inclusiva e enraizada no respeito pelos direitos e visões de mundo dos povos indígenas.
O trabalho que temos pela frente não será fácil, mas, como Minnie enfatizou: “Sobrevivemos ao genocídio e à colonização agindo de forma ponderada e cuidadosa. Não vamos nos apressar, mas garantir que a reparação realmente cure”.
Cultivando um futuro: a jornada de Daniel Maches e Jaymar Garcia rumo à sustentabilidade econômica com base no conhecimento indígena
Como dois jovens indígenas estão cultivando cultura e sustentabilidade
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As florestas regulam nosso clima, limpam o ar que respiramos e sustentam a biodiversidade que torna a vida possível. No entanto, todos os anos, mais de 12 milhões de hectares de florestas são perdidos devido a práticas destrutivas.
A Fundação Indígena FSC (FSC-IF), em conjunto com o Forest Stewardship Council (FSC), trabalha ao lado dos povos indígenas para proteger as florestas e fortalecer as soluções naturais lideradas por indígenas. No centro dessa visão estão jovens indígenas como Daniel e Jaymar, que estão levando a sabedoria ancestral para o futuro.
Como dois jovens indígenas estão cultivando cultura e sustentabilidade
Nas encostas arborizadas de Benguet, nas Filipinas, dois jovens empreendedores indígenas estão provando que os negócios podem ser um ato de preservação cultural e gestão ambiental. Daniel Jason Maches, da tribo ILias, e Jaymar Garcia, das tribos Kankanaey e Kalanguya, cofundaram aBanolmi Store PHpara divulgar o café cultivado na floresta e a culinária tradicional enraizada no conhecimento ancestral.
Para Daniel e Jaymar, o empreendedorismo não se resume ao lucro, mas ao valor. Em sua língua, Banolmi significa “nosso valor”, simbolizando a herança das montanhas, rios, terraços de arroz e florestas transmitida por seus ancestrais. “Nossas florestas são vida”, explica Daniel. “Elas nos dão água, alimento e identidade. Protegê-las não é apenas sobrevivência: é honrar nossos ancestrais.”
Seu trabalho desafia o domínio das indústrias extrativas, oferecendo meios de subsistência sustentáveis que restauram a biodiversidade em vez de esgotá-la. Por meio da agricultura agroecológica, eles estão revivendo variedades tradicionais de arroz e sementes nativas, criando um banco de sementes para o futuro e transformando o cultivo de café em uma ferramenta de conservação. Jaymar reflete: “A comida é cultura. Quando salvamos nossa culinária indígena, também salvamos as espécies nativas que sustentam nosso povo”.
Além da agricultura, a Banolmi Store PH se tornou um banco de sementes da memória cultural, preservando sabores e práticas que correm o risco de se perder. O impacto se estende à comunidade: as famílias agora veem o café e os alimentos nativos como fontes sustentáveis de renda, enquanto a culinária tradicional está ganhando novo reconhecimento como identidade cultural e ferramenta para a conservação da biodiversidade.
A jornada não foi isenta de riscos. Desde lidar com as obrigações familiares até enfrentar a rotulação como comunistas durante sua defesa, Daniel e Jaymar demonstraram liderança com coragem, encontrando maneiras não confrontadoras de defender suas florestas enquanto construíam a confiança da comunidade.
Olhando para o futuro, o sonho de Daniel e Jaymar
Esses empreendedores indígenas sonham em expandir a Banolmi para um modelo que possa ser replicado em outras comunidades, mostrando que os empreendimentos liderados por indígenas são viáveis e transformadores. Eles imaginam não apenas fazendas de café, mas sistemas agroflorestais completos que fornecem alimentos, restauram florestas e sustentam tradições culturais.
Para isso, eles esperam construir parcerias com organizações, empresas e indivíduos que compartilhem sua visão e colaboradores que possam ajudar a abrir mercados, fornecer recursos e amplificar sua mensagem. “Nosso objetivo é mostrar que os alimentos e produtos indígenas não são apenas patrimônio, eles são o futuro”, diz Jaymar.
Neste Dia Mundial do Empreendedor, a história de Daniel e Jaymar nos lembra que o conhecimento indígena é inovação. O empreendimento deles não está apenas produzindo café: está cultivando um futuro onde cultura, comunidade e conservação prosperam juntas.
Povos Indígenas e Inteligência Artificial: Defendendo Direitos por meio de Princípios de Respeito e Consentimento
Neste Dia dos Povos Indígenas, destacamos como o respeito e o consentimento devem orientar tanto o envolvimento quanto o uso ético da inteligência artificial.
FSC IF
Hoje, 9 de agosto, o mundo se une para celebrar o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Das florestas tropicais da América Latina às savanas da África, das ilhas da Ásia às montanhas da Oceania e às tundras do Ártico, os povos indígenas continuam a proteger a biodiversidade mundial, salvaguardar o conhecimento tradicional e defender culturas enraizadas em uma profunda conexão com a terra.
Os povos indígenas cultivam uma extraordinária variedade de tradições vivas, desde práticas e habilidades até sistemas de conhecimento e expressões que incorporam valores de respeito, cuidado e reciprocidade com a natureza. Essas tradições também fortalecem a compreensão das diversas visões de mundo e sistemas de valores que orientam as relações dos povos indígenas com o mundo natural.
Hijos de la Tierra, Concurso de fotografia, 2023
Ao praticar e transmitir esse patrimônio, as comunidades indígenas mantêm sua vitalidade, resiliência e bem-estar coletivo.
O Dia dos Povos Indígenas é mais importante hoje do que em qualquer outro momento da história, porque os desafios que enfrentamos — mudanças climáticas, perda de biodiversidade e o rápido avanço das novas tecnologias — exigem a sabedoria, a liderança e os direitos dos povos indígenas no centro das soluções globais.
Os povos indígenas e as comunidades locais protegem pelo menos metade das terras do mundo, que abrigam a maior parte da sua biodiversidade. O seu património vivo — conhecimentos, práticas e valores enraizados no respeito, na gestão e na reciprocidade com a natureza — oferece caminhos comprovados para enfrentar as crises climáticas e ecológicas atuais. Quando as florestas estão ameaçadas, quando as espécies estão a desaparecer e quando os impactos climáticos se intensificam, os povos indígenas erguem-se como guardiões do equilíbrio entre a humanidade e o mundo natural.
Pusaka, Concurso de fotografia, 2023
Engajamento autêntico e consentimento livre, prévio e informado
Este dia também nos lembra os princípios que devem guiar nossas ações ao nos envolvermos com nossos irmãos e irmãs indígenas: respeito, autêntico e pleno o e consentimento livre, prévio e informado. Assim como os povos indígenas decidem como seu conhecimento e cultura são compartilhados, o mundo também deve garantir que as ferramentas emergentes, como a inteligência artificial, sejam usadas de forma ética — amplificando as vozes indígenas em vez de se apropriar delas.
Nossa diretora administrativa, Minnie Degawan, compartilhou suas ideias sobre os princípios do envolvimento com os povos indígenas em um webinar com a Asia Pacific Resources International Limited (APRIL). Ela nos lembra que o verdadeiro envolvimento com os povos indígenas deve ser construído com base no respeito, na confiança e no consentimento. Entrar nos territórios indígenas é entrar na casa de alguém.
Minnie Degawan, Diretora Executiva da Fundação Indígena FSC
O engajamento autêntico requer escuta, cocriação e colaboração — não consultas pontuais, mas relacionamentos contínuos baseados na dignidade. Para o setor privado, isso significa construir confiança que leve a parcerias de longo prazo, licença social para operar e resultados mais sustentáveis. Para os governos, isso fortalece a legitimidade, garante que as políticas sejam culturalmente adequadas e apoia ações eficazes em prol do clima e da biodiversidade. Em ambos os casos, a construção de relacionamentos não é apenas respeitosa — é essencial para um impacto duradouro.
O consentimento não é uma lista de verificação. É um diálogo vivo — um espectro que varia de “Não” a “Talvez”, “Sim, se” e “Sim”; sempre moldado pelas tradições culturais e pelas vozes da comunidade. Uma forma de as comunidades expressarem isso é através da arte e da fotografia: escolhendo quais histórias compartilhar, como compartilhá-las e com quem.
ENGITOK — a mulher Maasai, concurso de fotografia, 2023
Soberania dos dados indígenas: um apelo global por tecnologia ética
Assim como as fotografias exigem consentimento e respeito, o mesmo deve acontecer com o uso de novas tecnologias, como a inteligência artificial. Os povos indígenas devem manter o controle sobre seus conhecimentos, imagens e vozes, e sobre como e quando estes são usados. A tecnologia deve ampliar a autorrepresentação indígena, não se apropriar dela.
Um exemplo poderoso vem de Aotearoa (Nova Zelândia), onde líderes maoris estão moldando o debate sobre inteligência artificial. Na Cúpula de Inteligência Artificial de Aotearoa 2023, especialistas como a Dra. Karaitiana Taiuru, Elle Archer e Moka Apiti enfatizaram que os dados maoris devem ser tratados como taonga — um tesouro protegido pelo Te Tiriti o Waitangi (o Tratado de Waitangi). Eles nos lembraram que o envolvimento com as comunidades indígenas no desenvolvimento da IA requer a construção de relacionamentos, compromisso de longo prazo e respeito pelos protocolos culturais, desde a pronúncia correta dos nomes até o envolvimento das comunidades desde o início. A mensagem deles foi clara: a IA não deve ser uma ferramenta de extração, mas um meio de ampliar a sabedoria coletiva, salvaguardar o patrimônio cultural e defender a soberania dos dados indígenas. Essa visão ecoa os princípios de engajamento — respeito, confiança e reciprocidade — que são essenciais para todos os povos indígenas em todo o mundo. (Laboratório de Cultura e Design, 2023)1
Durante o webinar virtual do Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo de 2025, Povos Indígenas e IA: Defendendo Direitos, Moldando Futuros, organizado pelo Departamento de Desenvolvimento dos Povos Indígenas, do Secretariado do Fórum Permanente para as Questões Indígenas, vozes poderosas de painelistas indígenas ecoaram uma mensagem clara: a inteligência artificial deve ser ética, inclusiva e baseada nos direitos indígenas.
Como afirmou Aluki Kotierk, líder inuk e presidente do Fórum Permanente para as Questões Indígenas: “Sem salvaguardas, a IA corre o risco de se tornar uma nova forma de colonização, codificada em algoritmos que moldam nossas vidas. Para garantir que a IA sirva aos povos indígenas, devemos adotar uma abordagem baseada em direitos. Os povos indígenas devem orientar o desenvolvimento da IA, e a governança dos dados é essencial.”
Durante o webinar, a palestrante Danielle Boyer, uma jovem inventora de robótica indígena Ojibwe, expressou: “As pessoas muitas vezes esquecem que nós, como povos indígenas, sempre fomos inventores, cientistas e engenheiros. Nossos jovens são brilhantes — meus alunos estão criando aplicativos, fundando organizações, projetando robôs e construindo soluções. Eles já têm as ferramentas de que precisamos para moldar o futuro.” Danielle explicou que o que falta são oportunidades — como a capacidade de falar diretamente com grandes corporações e preencher a lacuna entre elas e as comunidades indígenas.
Considerações finais:
Neste Dia dos Povos Indígenas, somos lembrados de que respeito, confiança e consentimento são a base do engajamento ético. Seja na ação climática, na conservação da biodiversidade ou na inteligência artificial, os povos indígenas devem permanecer no centro como detentores de direitos e líderes, especialmente os jovens indígenas, pois são essenciais para este futuro — trazendo inovação, conhecimento e compromisso para suas comunidades.
Agora é o momento de defender, apoiar e compartilhar — para que as vozes indígenas liderem o caminho a seguir.
Fonte:
Culture & Design Lab (2023). Engaging with Māori in Artificial Intelligence. Culture & Design Lab.