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Apresentamos nossos bolsistas do Deep Connections!

Jovens Indígenas de todo o mundo participarão da One Young World Summit e se juntarão à nossa rede de jovens

Os jovens Indígenas são o presente e o futuro. Eles são a ponte entre o conhecimento ancestral e o mundo moderno, levando o conhecimento científico e a cultura Indígena e defendendo as terras ancestrais. Por esses motivos, temos o prazer de anunciar os 15 jovens líderes indígenas que estão participando do Deep Connections Fellowship.

Todos os bolsistas se juntarão à rede de jovens indígenas da FSC Indigenous Foundation e participarão da One Young World Summit em Montreal, Canadá, de 17 a 21 de setembro de 2024.

Conheça nossos companheiros abaixo!

Daniel Jason Maches Deep Connections Fellowship

Daniel Maches

País: Filipinas

Daniel Maches ou Kumafor é um jovem líder indígena da tribo Lias, no norte das Filipinas. Desde o ensino médio, ele tem defendido a conservação de suas florestas e patrimônio cultural por meio de publicações e produções multimídia. Ele também se envolveu ativamente com os jovens para que participassem da defesa. Em 2021, ele iniciou o Barlig Rainforest Coffee Project para testar a agricultura sustentável na comunidade e desenvolver meios de subsistência sustentáveis. Sua meta é que, por meio desse projeto, mais membros da comunidade sejam incentivados a plantar de forma sustentável e considerando os princípios agrícolas indígenas. Enquanto isso, o projeto também trouxe o café de sua comunidade para o centro das atenções, pois os produtos limitados foram exibidos em exposições nacionais e internacionais de café. Em 2022, ele iniciou uma comunidade Slow Food chamada Indigenous Youth Eco-Cultural Warriors of Mountain Province para promover a preservação de alimentos indígenas. Atualmente, ele está iniciando projetos para documentar e preservar os produtos de herança da comunidade e produtos silvestres com potencial econômico para fins de preservação. Ele também pediu a administração das florestas de sua comunidade e contribuiu ativamente com seus insights sobre sustentabilidade como escritor e colunista nos principais jornais nacionais, como o Manila Bulletin e o Philippine Star. Da mesma forma, ele defendeu a integridade cultural de sua comunidade em eventos internacionais, como o Terra Madre 2022 em Turim, Itália, e o Treinamento das Redes de Jovens Indígenas Slow Food 2024 para a Ásia e o Pacífico em Hualien, Taiwan. Hoje em dia, ele também utiliza várias plataformas de mídia social para ampliar suas defesas e incentivar ações locais.

Didja Tchari Djibrillah

País: Chade

Da comunidade Mbororos Fulani de pastores nômades e seminômades.

Estudos primários em Bongor e estudos secundários em Ndjamena, detentora de um diploma de agente técnico de saúde no instituto de ciências da saúde e saneamento Toumai. De 2012 até hoje, membro da associação e oficial de gênero e tesoureira assistente da Association Des Femmes Peules & Peuples Autochtones Du Tchad (Afpat). 

2015 Estagiário no DOCIP em Genebra (Centro de Documentação, Pesquisa e Informação dos Povos Autóctones)

2017 Beneficiário do programa de bolsas de estudo para representantes de povos indígenas.

Estagiário de 2020 no escritório nacional do HCHD

Responsável por questões de saúde na AFPAT. Treinadora; tradutora, auxilia na elaboração de projetos que integram o conceito de gênero e as necessidades da comunidade (também monitoramento e avaliação).

Didja Tchari Deep Connections Fellowship
Emma Oliver Deep Connections Fellowship

Emma Oliver

País: Papua Nova Guiné

Emma Oliver é uma tutora dedicada da Universidade de Recursos Naturais e Meio Ambiente de Papua Nova Guiné (PNG UNRE), onde leciono Turismo Ecológico e de Vida Selvagem, Turismo Sustentável e Trabalho com comunidades locais. Minha paixão pela conservação ambiental vai além da sala de aula, pois me envolvo ativamente com as comunidades locais para promover práticas sustentáveis e proteger a biodiversidade. Como líder indígena e fundador da ENB Sea Keepers, tenho o compromisso de preservar os ecossistemas marinhos e o patrimônio cultural na província de East New Britain. Meu trabalho envolve a combinação de conhecimento tradicional com técnicas modernas de conservação para restaurar os recifes de coral, estabelecer áreas marinhas protegidas e capacitar os jovens por meio da educação e do programa de treinamento prático chamado Green Community Based Entrepreneur Program. Motivado por uma profunda conexão com a natureza e pelo desejo de criar meios de subsistência sustentáveis para minha comunidade, meu foco é inspirar a próxima geração de administradores ambientais e, ao mesmo tempo, proteger os recursos naturais que são vitais para a sobrevivência e a prosperidade de nosso povo

Como líder indígena em minha comunidade, quero deixar um legado de comunidades capacitadas e autossustentáveis que estejam profundamente conectadas às suas raízes culturais e comprometidas com a preservação de seu ambiente natural. Com minha participação na One Young World, espero inspirar um movimento global que valorize o conhecimento tradicional juntamente com a inovação moderna, promovendo um futuro em que as vozes indígenas liderem a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

Tendo crescido em um vilarejo costeiro em Papua Nova Guiné, testemunhei o impacto devastador das mudanças climáticas e das práticas destrutivas insustentáveis de pesca com dinamite e corda venenosa em nossos recifes de coral e na vida marinha. Ver nossos ecossistemas, que antes eram prósperos, se deteriorarem e os meios de subsistência da minha comunidade serem ameaçados por essas mudanças me motivou a agir. Essa experiência pessoal despertou minha paixão pela conservação marinha e impulsiona meu compromisso de capacitar as comunidades para proteger nosso meio ambiente e preservar nosso patrimônio cultural para as gerações futuras.

Fernanda Purran

País: Chile

Povos indígenas: Mapuche Penuche

Meu nome é Fernanda Purran, Mapuche Pewenche, nascida e criada no território do alto Biobío.

Tenho 32 anos, cresci com minha avó, uma mulher muito forte que perdeu seu marido, meu avô, que desapareceu durante o golpe de Estado no Chile em 1973. Como eu conhecia a história do meu avô, tornei-me amigo do rio Biobío e estava em suas margens todos os dias. Minha avó me ensinou a falar nosso idioma e me disse, desde pequena, que nosso idioma era entendido pelo rio.

Minha educação básica sempre foi em meu território, aprendi a ler e escrever. Desde criança, vi minha família lutar pela defesa do rio nos anos 90, quando ameaçaram construir represas no fluxo do segundo maior rio do Chile e rio sagrado para o território. Estudei turismo e trabalhei por 3 anos como coordenador de uma rede de turismo comunitário, me formei como guia de montanha e guiei algumas trilhas por um longo tempo. Ao mesmo tempo, participei de grupos ambientais que lutavam contra o extrativismo e cuidavam das montanhas e dos rios que eu tanto amo.

Quando eu tinha 23 anos, fui chamado para dar aulas em uma escola e lá passei 4 anos trabalhando como professor de turismo, aproveitei essa bela oportunidade para criar espaços de diálogo com os jovens. Fizemos um bom trabalho, aparecemos em um programa de TV mostrando tudo o que fazíamos. Gostei muito de lecionar e comecei uma pós-graduação em educação técnica profissionalizante, que terminei em 2018.

Em 2016, minha vida tomou um rumo que não parou mais. Com minha amiga Yoana, criamos uma equipe de rafting para competir no festival Biobío vive, nunca havíamos velejado em nossas vidas, mas ficamos em segundo lugar. Essa experiência marcou nossas vidas e foi assim que criamos a Malen Leubu, uma organização esportiva que busca, por meio de esportes como o rafting, protestar por rios livres. A Malen Leubu tem sido minha vida nesses 8 anos. Em 2017, viajei pela primeira vez para a Patagônia chilena e naveguei por um rio das montanhas até o mar, onde conheci in loco um lugar que estava prestes a ser represado. Fui convidado pela ONG Rios To Rivers para ir como monitor com 4 jovens do Biobío.

Fernanda Purran Deep Connections Fellowship
Keaton Thomas Deep Connections Fellowship

Keaton Thomas-Sinclair

País: Canadá

Povos indígenas: Nação Cree Chemamawin

Keaton cresceu em Mosakahiken e Chemawawin, profundamente ligado à sua herança Cree. Depois de se formar na Frontier Mosakahiken School em 2017, ele se dedicou a servir sua comunidade como coordenador de recursos humanos na Chemawawin Cree Nation, onde se esforça para criar um ambiente seguro e de apoio para todos.

Keaton também é membro ativo do Conselho de Jovens das Primeiras Nações de Manitoba da Assembleia de Chefes de Manitoba (AMC), onde defende a capacitação dos jovens e a preservação das tradições indígenas. Sua liderança é motivada pelo compromisso de abordar questões críticas, como violência, abuso de substâncias e a necessidade de sistemas de apoio mais fortes para os jovens.

Além de seu trabalho profissional, Keaton é um ávido caçador, pescador e viajante, abraçando a terra e as tradições de seu povo. Ele gosta de se envolver com os mais velhos para aprender sobre o patrimônio de sua nação e compartilhar esse conhecimento com as gerações mais jovens.

A paixão de Keaton está na construção de comunidades e em inspirar a próxima geração a criar mudanças positivas. Ele acredita no poder da união e da resiliência e se dedica a promover um ambiente em que todos se sintam valorizados e apoiados.

Título: (AMC) Conselho da Juventude das Primeiras Nações de Manitoba

Kleidy Migdalia Sacbá Coc

País: Guatemala

Kleidy Migdalia Sacbá Coc, uma jovem maia Q’eqchi’, nasceu em Santa Catalina, La Tinta, Alta Verapaz, Guatemala.

La Tinta, departamento de Alta Verapaz, Guatemala, tem sido representante da mulher indígena como Rab’in Aj Poop O’b’atz, Princesa Tezulutlan e Flor Nacional do Povo Maia, foi nomeada Filha Favorita de Alta Verapaz, é Especialista em Recursos Naturais com Enfoque Ambiental Sustentável com um Técnico Agroflorestal e atualmente está estudando Engenharia Agronômica na URG.

Ela trabalha para a CONEXIÓN ICCO LATINOAMERICA, que promove o desenvolvimento e o empoderamento econômico de jovens e mulheres indígenas em áreas e comunidades rurais para melhorar suas condições de vida nos países da Costa Rica, Honduras e Guatemala. Ela faz parte da Coalizão Regional pelo Direito de Viver em um Ambiente Saudável na América Central da ASDEPAZ, onde promoveu o Acordo de Escazú.

Ela promove o projeto digital Q’eqchi’ Xnimal Ruhil Chaq’rab’, no qual compartilha conteúdo informativo como: os Artigos da Constituição Política da República da Guatemala, Consciência Ambiental e Problemas Sociais no idioma maia Q’eqchi’, com o objetivo de informar as comunidades indígenas sobre seus direitos como cidadãos guatemaltecos, promovendo a inclusão e a promoção da identidade cultural e da educação ambiental.

Como ativista, ela defendeu os direitos dos jovens na Guatemala, exigindo a implementação e a aprovação de uma Lei Nacional da Juventude, onde nasceu a convicção de começar a trabalhar para os jovens e criar espaços para fortalecer a abertura e a participação em todas as esferas sociais e ambientais.

“Vamos contribuir com cada uma de nossas forças em todos os níveis e espaços de ação social e ambiental para a construção de um país melhor para as futuras gerações.”

Kleidy Sacba Deep Connections Fellowship
Malakai Parom Deep Connections Fellowship

Malakai Parom

País: Papua Nova Guiné

Sou bacharel em Silvicultura e certificado em Ecologia Tropical pelo Instituto de Pesquisa Nugini Binatang em 2015, e tenho trabalhado com a organização Rainforest Habitat and Conservation nas áreas de Entomologia, Zoologia e paisagem terrestre para embelezamento ambiental antes de me formar em Ciências Florestais no Departamento de Silvicultura da Universidade de Tecnologia de Papua Nova Guiné, com ênfase em meus projetos do último ano em biologia de sementes de florestas plantadas e infestação de pragas e doenças em florestas naturais. A principal responsabilidade em que estive envolvido inclui o escopo do trabalho de avaliação ambiental, pesquisa de biodiversidade, coletas de espécies em armadilhas, escolas, conscientização da comunidade e dos vilarejos sobre a importância da biodiversidade como produtos florestais não madeireiros e supervisão da produção com o uso da mão de obra e dos recursos disponíveis. Com essas experiências, habilidades e conhecimentos, acredito que sou adequado para o cargo ao qual me candidatei e que posso contribuir de forma significativa para as metas e objetivos da Organização. Sou jovem, enérgico e flexível para trabalhar em qualquer ambiente de trabalho, podendo atingir metas e cumprir prazos.

Maricelma Fiaho

País: Brasil

Maricelma Fialho, uma mulher indígena da etnia Terena, nasceu e cresceu na Aldeia Bananal, localizada no interior do Mato Grosso do Sul, Brasil. Filha de mãe solteira, Maricelma teve uma infância marcada pela humildade, mas encontrou na educação uma oportunidade de crescimento. Aos 17 anos, deixou sua aldeia para iniciar sua graduação em Biomedicina, superando desafios para se tornar a primeira biomédica Terena.

Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Maricelma tem mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias e atualmente é candidata a doutorado no mesmo programa de pós-graduação. Sua pesquisa se concentra em comunidades indígenas rurais negligenciadas, buscando soluções para os problemas de saúde que afetam sua comunidade.

Além de suas realizações acadêmicas, Maricelma é tradutora voluntária da língua indígena Terena para a Cruz Vermelha Brasileira e tesoureira do Instituto de Educação Intercultural Terena. Sua liderança e compromisso com a educação e a saúde beneficiaram sua comunidade.

Internacionalmente, Maricelma representa o Brasil na Coalizão de Liderança Juvenil (IYLC) da América Latina, dando voz aos jovens indígenas em discussões globais sobre participação cívica e política. Sua participação no Fórum Tribal de Jovens da Casa Branca e em outras reuniões importantes destaca seu papel como líder emergente na defesa dos direitos e da saúde das comunidades indígenas.

 “Mulher indígena Terena, honro minhas raízes na Aldeia Bananal usando a força ancestral, a educação e a ciência para elevar minha comunidade e construir um futuro justo e sustentável.”

Maricela Candido Deep Connections Fellowship
Moana Tepano Contese Deep Connections Fellowship

Moana Tepano

País: Chile

Povos indígenas: Rapa Nui

Moana Tepano Contesse é uma jovem defensora socioambiental da Ilha Rapa Nui e estudante de Bacharelado em Estudos Sociais com especialização em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Sustentável

Ela é co-fundadora e atual presidente da organização juvenil Mo’a Mau o te Taure’a-re’a ou Grande Respeito de jovens para jovens, que promove várias iniciativas, como workshops, limpezas costeiras, discussões e escolas de verão para jovens, a fim de revitalizar o valor ancestral do Mo’a ou respeito, em diferentes áreas (pessoal, social, cultural e ambiental) de nossas vidas, com ênfase no mo’a em relação à natureza, alcançando assim a sustentabilidade a partir de uma perspectiva cultural Rapa Nui única.

Também faz parte da recente organização de jovens estudantes Rapa Nui em todo o mundo chamada Haka Nonoga. Participou de diferentes reuniões em nível local, nacional e internacional sobre mudanças climáticas, conservação ambiental, liderança juvenil e sustentabilidade (LCOY, RCOY, COP24, COP27).

Ela dedicou tempo para aprender sobre suas raízes por meio de mestres sábios de Rapa Nui, que compartilharam com ela, por exemplo, a prática de tākona (pintura corporal), que ela encontrou uma maneira de expressar e enviar uma mensagem às pessoas sobre questões tão importantes quanto a proteção ambiental e a igualdade de gênero. Tudo isso expresso no idioma Rapanui.

Nyssa Nepe

País: Nova Zelândia

Povos indígenas: Maori

kia ora

Ele uri au Ngā Wairiki Ngāti Apa, Nga Rauru Kiitahi,

Te Arihaunui-ā-papaerangi, Tuwharetoa

Olá, meu nome é Nyssa Nepe, tenho 20 anos e sou de um país chamado Aotearoa. Trabalho com minha tribo fazendo pesquisa e administração e facilitando nosso programa de bolsas de estudo para liderança juvenil Maripi Tuatini. Sinto-me honrada por fazer parte dessa experiência e mal posso esperar para encher meu copo com mais conhecimento sobre como ser uma líder melhor não apenas para meu povo, mas para o mundo.

“Nunca tenha vergonha de quem você é.”

Nyssa Nepe Deep Connections Fellowship
Rayen Alarcón Deep Connections Fellowship

Rayen Alarcón Lipin

País: Chile

Povos indígenas: Mapuche

Sou o mais velho de três irmãos, minha mãe é mapuche, então nos criei junto com meu pai como mapuche, com as tradições e a visão de mundo que ela adquiriu na comunidade. Minha mãe e meu pai são pessoas lindas que sempre tentaram nos dar os melhores princípios e nos apoiaram em nossas lutas e sonhos.

Minha mãe conta que meu avô Pedro Lipin Motro foi um lutador pelos direitos territoriais e humanos de nosso povo; por sua vez, minha avó Graciela Millalén Huenchuñir sempre viu que a educação em ambos os mundos seria um mecanismo para alcançar o reconhecimento e o respeito por nossa identidade.  Por isso, busco influenciar, em todos os espaços, a partir de uma liderança positiva, com princípios firmes e compromisso coletivo, ou seja, com a realidade territorial. Como jovem que conseguiu acessar a educação universitária sem perder minha relevância e identidade mapuche, é essencial retribuir e contribuir continuamente com o conhecimento e as ferramentas adquiridas com meu povo e outros povos indígenas.

Assessoro várias organizações indígenas nas diferentes comunas da Região Metropolitana, principalmente comunidades Mapuche urbanas e rurais, em questões da Convenção 169 da OIT, restituição de terras e águas indígenas, mudança de sobrenome Mapuche, direitos humanos dos povos indígenas em nível internacional.

Contribuí como consultor indígena no processo da Convenção Constitucional do Chile. Em 2024, recebi o prêmio “Líder do Futuro” da Universitas 21 em reconhecimento à minha contribuição para a colaboração global por meio de uma liderança ativa na geração de mudanças sociais e na promoção da educação de outras pessoas.

“Somos o reflexo das lutas de nossos ancestrais, os princípios de nossas raízes, o povo mapuche, são nosso guia, portanto, tudo o que aprendemos deve ser compartilhado com nosso povo.

Silvia Miranda

País: Honduras

Silvia Miranda Loredo é uma advogada garífuna hondurenha com grande foco na defesa da igualdade de direitos humanos, na construção da paz e na promoção do empoderamento das mulheres. Ela é fundadora e presidente da Fundación Mujeres con Poder, que tem como objetivo fornecer recursos financeiros e acadêmicos para mulheres e meninas indígenas e afrodescendentes em seu aprendizado ao longo da vida.

A Fundación Mujeres con Poder capacita mulheres e meninas por meio de atividades de construção da paz, oficinas de liderança e aulas de inglês que as incentivam a defender seus direitos. Ao buscar a paz, a igualdade de direitos e o empoderamento das mulheres, Silvia espera levar a educação às comunidades marginalizadas. Atualmente, Silvia está fazendo mestrado em Administração de Empresas na European Business School. Silvia deseja um ambiente mais pacífico e equitativo onde todas as meninas tenham acesso a uma educação de qualidade.

Silvia Miranda Loredo Deep Connections Fellowship
Tiana Jakecevich Deep Connections Fellowship

Tiana Jakicevich

País: Aotearoa (Nova Zelândia)

Tiana Jakicevich é uma defensora interdisciplinar de direitos humanos indígenas, da terra e dos oceanos, de Aotearoa, Nova Zelândia. Ela é descendente de Ngāti Kahungungu ki Te Wairoa, Whakatōhea e Ngāi Tūhoe, três tribos da costa leste da Ilha do Norte.

Tiana cresceu cercada pelas florestas e oceanos de seus ancestrais. Ela tem uma compreensão intrínseca de que as soluções para a crise climática estão ligadas à descolonização e à restauração dos sistemas de conhecimento indígena e das relações com as pessoas e o lugar.

Tiana defende a proteção dos direitos humanos e a justiça climática indígena em suas comunidades em Aotearoa, Nova Zelândia, e internacionalmente com comunidades indígenas em todo o mundo e em vários mecanismos das Nações Unidas. Ela é cofundadora da Pakiaka, um think tank de Justiça Climática Indígena, que desenvolve a capacidade e a habilidade dos povos indígenas de se envolverem de forma proativa, e não reativa, nesse campo.

Atualmente, Tiana está co-liderando um projeto no Pacífico para explorar a revitalização dos sistemas de conhecimento indígena para mitigar e se adaptar às mudanças climáticas. Ela também é membro do Pou Herenga (conselho consultivo maori) da Comissão de Mudanças Climáticas da Nova Zelândia.

Venancio Coñuepan

País: Chile

Venancio Coñuepan é um líder global, ativista indígena mapuche, advogado, empreendedor social e consultor internacional. Sua missão é transformar o paradigma dos povos indígenas, promovendo seu reconhecimento, empoderamento e desenvolvimento, e garantindo seu impacto na ação climática, no desenvolvimento sustentável e na construção da paz. Como diretor da Impacto Indígena, uma empresa de consultoria indígena, ele promove o impacto quádruplo de empreendedores e organizações indígenas no Chile e na América Latina, abrangendo as dimensões social, ambiental, econômica e cultural.

Venancio também é cofundador e diretor da Fundación Empresas Indígenas, diretor da Fundación Pacto Social, Global Solvers da Fundación Melton e presidente da Fundación Koñwepang-Millakir por el resto del Mapu y la Reconciliación de los Pueblos, onde trabalha para posicionar os povos indígenas como atores principais na agenda global de sustentabilidade e direitos humanos. Sua abordagem inovadora desafia as concepções tradicionais, destacando o papel dos povos indígenas como parceiros plenos na criação de um futuro mais equitativo e resiliente.

Com uma sólida experiência em direitos humanos dos povos indígenas, mediação socioambiental, negócios e direitos humanos e sustentabilidade corporativa, Venancio foi consultor e diretor líder em várias organizações. Sua liderança se concentra na elaboração de projetos impactantes e na formação de alianças estratégicas que promovem o valor dos povos indígenas na construção de um mundo mais justo e sustentável para todos.

Venacio Conuepan Deep Connections Fellowship
Yoghikson Bang Deep Connections Fellowship

Yodhikson Bang

País: Indonésia

Membro da tribo Matulelang, Ilha Alor, Indonésia

Meu nome é Yodhikson M. Bang (Dicky) e sou membro do grupo tribal Matulelang da Ilha Alor, Nusa Tenggara Oriental, Indonésia. Sou gerente de operações da Thresher Shark Indonesia (Yayasan Teman Laut Indonesia), uma ONG liderada por jovens que se concentra na conservação de tubarões-raposa ameaçados de extinção e no apoio às comunidades costeiras. Em minha função, lidero projetos de campo e construo relacionamentos com parceiros, incluindo o governo, comunidades indígenas, agentes de turismo e o público. Atualmente, lidero e apoio vários projetos: melhoria da conservação dos recursos marinhos e fortalecimento da pesca em pequena escala em Alor, integração do currículo de conservação marinha em escolas de ensino fundamental, assistência a ex-pescadores de tubarões e suas esposas em novos meios de subsistência e realização de ampla divulgação de conservação nas regiões de Alor, Flores e Banda.

Antes de entrar para a Thresher Shark Indonesia, eu era facilitadora da Humanity Inclusion. Ajudei grupos comunitários vulneráveis, como mulheres, meninas e pessoas com deficiência, a obter acesso igualitário ao desenvolvimento econômico. Além disso, lidero a comunidade da minha igreja, motivando os jovens a maximizar seu potencial, minimizando o uso de plástico e restaurando áreas de mangue para resiliência climática.

Por meio dessa bolsa, a FSC Indigenous Foundation (FSC-IF) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) estão apoiando a liderança de jovens indígenas. Se quiser fazer uma parceria conosco e apoiar os jovens líderes indígenas a inovar com o conhecimento ancestral e enfrentar as mudanças climáticas, entre em contato conosco pelo e-mail fsc.if@fsc.org

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A Babbel colabora com a Fundação Indígena FSC para facilitar o aprendizado da língua inglesa para os Povos Indígenas

O idioma é uma ferramenta que capacita e promove a participação em discussões globais cruciais.

Panamá / Berlim, 14 de novembro de 2023 – A Fundação Indígena FSC, uma organização Indígena global que trabalha com e para os Povos Indígenas em todo o mundo, e a Babbel, a principal plataforma de aprendizado de idiomas, anunciam uma parceria para oferecer aulas de inglês aos Povos Indígenas em todo o mundo.

A Babbel apoiará os Povos Indígenas com seu aplicativo de aprendizado de idiomas, além de aulas ao vivo com professores certificados, para que eles possam aprender inglês e participar ativamente de eventos e reuniões internacionais, além de ter acesso à mais oportunidades para beneficiar as suas comunidades e o planeta. Com o inglês, será mais fácil para eles encontrar informações sobre atividades que melhorem suas vidas e seus territórios.

O objetivo da Babbel é criar compreensão mútua por meio da linguagem. Além de fornecer uma plataforma para milhões de estudantes aprenderem novos idiomas e culturas, a empresa está comprometida em causar um impacto positivo no mundo, reduzindo o seu impacto ambiental e promovendo a diversidade, a inclusão e a igualdade.

“Para a população Indígena, o inglês é um idioma que devemos dominar para nos comunicarmos melhor e promovermos nossa agenda, que fortalece a economia em termos de turismo, gestão ambiental e todas as questões relacionadas à cooperação internacional”, disse Florita Martínez, líder Indígena Bribri da Costa Rica, membro do Comitê de Coordenação de Mulheres Líderes Territoriais da Mesoamérica (CMLT).

“Essa seria uma iniciativa fundamental para a Asociación de Mujeres Artesanas Ipeti Embera, a fim de melhorar a comunicação com visitantes e aliados estratégicos“, disse Omayra Casama, presidente da Asociación de Mujeres Artesanas Ipeti Embera (AMARIE), uma organização de mulheres Indígenas do Panamá.

Com quase dois bilhões de falantes em todo o mundo, o inglês é o idioma oficial de 55 países e é amplamente falado em mais de 100. A previsão é de que, até 2050, metade do mundo falará inglês. Os Povos Indígenas devem ser incluídos nessa tendência global, pois suas perspectivas e conhecimentos são cruciais em importantes debates globais, desde mudanças climáticas até em negócios, turismo e cultura.

“Acho que a língua inglesa está dominando o mundo e temos que nos preparar como Povos Indígenas e preparar os jovens também, para continuar a defesa de nossas comarcas (territórios)“, disse Briceida Inglesias, uma mulher sábia do povo Guna, Panamá, e membro do Comitê Coordenador de Mulheres Líderes Territoriais da Mesoamérica (CMLT).

A Babbel apoia a Fundação Indígena FSC como parceira do programa Aliança dos Povos Indígenas para os Direitos e o Desenvolvimento (IPARD). O objetivo comum é fortalecer as habilidades em inglês dos Povos Indígenas por meio do licenciamento de líderes e jovens que desejam aprender com o ecossistema da Babbel e aulas ao vivo (Babbel Live). O IPARD é financiado pela United States Agency for International Development (USAID), pelo Forest Stewardship Council (FSC) e por outros parceiros do setor privado.

Na Babbel, acreditamos que o idioma não deve ser uma barreira, mas uma ponte para conectar as pessoas ao redor do mundo. Nosso objetivo é tornar o aprendizado de idiomas fácil, eficaz e flexível, para que as organizações possam se comunicar melhor com seus parceiros internacionais e prosperar no mercado global. Estamos aqui para ajudar as pessoas a romper as barreiras do idioma e alcançar o sucesso em nosso mundo interconectado. É por isso que estou muito animado para iniciar essa parceria com a Fundación Indígena FSC“, comentou Cristian Silva, responsável por essa parceria na Babbel.

Em breve, compartilharemos informações sobre o processo de inscrição para aulas de inglês.

Sobre a Babbel

A Babbel desenvolve e opera um ecossistema de experiências interconectadas de aprendizado de idiomas on-line e é movida pelo objetivo de criar compreensão mútua por meio do idioma. Isso significa criar produtos que ajudem as pessoas a se conectar e se comunicar entre culturas. Os produtos Babbel App, Babbel Live, Babbel Podcasts e Babbel for Business têm como foco o uso de um novo idioma no mundo real, em situações reais, com pessoas reais. E funciona: estudos realizados por linguistas de instituições como a Michigan State University, a Yale University e a City University of New York comprovaram a eficácia dos métodos de aprendizado de idiomas da Babbel.

A chave é uma combinação de humanidade e tecnologia. A Babbel oferece mais de 60.000 lições em 14 idiomas, elaboradas manualmente por 200 especialistas em aprendizado, com o comportamento do usuário continuamente analisado para moldar e modificar a experiência do aluno. Isso resulta na adaptação constante do conteúdo interativo com aulas ao vivo, jogos, podcasts e vídeos que facilitam a compreensão de um novo idioma, do espanhol ao indonésio.

Como a Babbel é para todos, a sua equipe é tão diversa quanto o seu conteúdo. Na sua sede em Berlim e no escritório americano em Nova York, 1.000 pessoas de mais de 75 nacionalidades representam as origens, características e perspectivas que tornam todos os seres humanos únicos. A Babbel vendeu mais de 10 milhões de assinaturas, criando uma conexão real com os usuários.

Mais informações: www.babbel.com

Sobre a Fundação Indígena FSC

A Fundação Indígena FSC é uma organização Indígena global com uma missão, valores e ações conduzidas por, para e com os Povos Indígenas. Trabalhamos para elevar os Povos Indígenas em sua contribuição para a proteção da Mãe Terra e os reconhecemos como provedores de soluções e parceiros na luta contra os desafios globais.

Imaginamos um futuro em que as soluções e ações lideradas pelos Povos Indígenas, geradas em um quarto do planeta, protejam o futuro de todos e do nosso planeta. Para atingir esse objetivo, apoiamos o autodesenvolvimento, a auto governança e a autossuficiência dos povos indígenas por meio de soluções indígenas, parcerias multissetoriais e financiamento.

A Fundação Indígena FSC está comprometida com a capacitação dos povos indígenas e das partes interessadas. Sabemos que o desenvolvimento, a liderança, o gerenciamento, as habilidades técnicas e de negociação são fundamentais para a criação de capacidade para proteger os direitos, os territórios e os meios de subsistência dos Povos Indígenas. O desenvolvimento de habilidades e capacidades é essencial quando se trabalha com Povos Indígenas, pois isso permitirá que eles negociem, participem e influenciem o processo de tomada de decisões nos seus próprios termos.

Mais informações: https://www.fscindigenousfoundation.org/pt-br/

Contato:

fsc.if@fsc.org

press@babbel.com

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Carta aberta: Vozes do Hemisfério Sul em Apoio ao REDD+

Os Povos Indígenas de todo o mundo expressam a urgência de combater o desmatamento com mercados de carbono inclusivos e de alta integridade.

Apesar de historicamente contribuírem menos para as alterações climáticas, as nossas comunidades no Hemisfério Sul sofrem mais com o seu impacto. Carregamos este fardo enquanto servimos simultaneamente de guardiões do que resta dos ecossistemas mais biodiversos da Mãe Terra. Usando o conhecimento transmitido pelos nossos antepassados, temos efetivamente gerido o capital natural da Terra ao longo de gerações e agora somos aqueles que impedem a crise climática de se tornar cataclísmica.

Em termos globais, as terras indígenas e comunitárias retêm pelo menos 22% do carbono armazenado em florestas tropicais e subtropicais, 17% do total de carbono armazenado em florestas e 80% da biodiversidade do mundo. Se quisermos parar a desflorestação e manter o aquecimento global em 1,5°C alcançando um mundo com emissões zero, o financiamento climático de elevada integridade deve ser dimensionado e canalizado para os esforços de conservação liderados por povos indígenas. Só respeitando os nossos direitos, tradições e conhecimento ancestral, a comunidade internacional poderá preservar o planeta para as gerações futuras de todas as comunidades e povos.

De momento, há poucas maneiras de as nossas comunidades acederem ao financiamento que nos é devido pelos nossos esforços e sucessos na proteção da natureza. Os projetos REDD+ (Redução das emissões provenientes da desflorestação e degradação florestal) oferecem uma das únicas vias comprovadas disponíveis para as nossas comunidades acederem ao financiamento necessário, não apenas para conservar e proteger o nosso meio ambiente, mas também para promover o desenvolvimento sustentável das nossas comunidades que são moldadas pelas nossas tradições e valores. Críticas recentes sobre a validade do REDD+ como mecanismo de conservação ignoraram estes benefícios positivos e puseram em risco esta fonte crítica de financiamento e, em última instância, o bem-estar das nossas comunidades.

Não só a análise científica que fundamenta a crítica foi repetidamente refutada, mas uma vez mais as vozes das nossas comunidades estiveram quase ausentes da narrativa. A nosso ver, os projetos de conservação bem implementados, que utilizam o modelo REDD+, são algumas das maneiras mais poderosas das empresas e dos governos do Hemisfério Norte canalizarem efetivamente o tão necessário financiamento diretamente para as comunidades do Hemisfério Sul. Esta transferência de recursos do norte para o sul irá proteger, em última instância, florestas críticas para o clima, enquanto prioriza os meios de subsistência e as necessidades do nosso povo, promovendo o desenvolvimento sustentável das comunidades locais e preservando as nossas tradições, culturas e conhecimentos.

Aqueles que duvidam do potencial do REDD+ na conservação da natureza alegam que os impactos positivos destes projetos estão a ser sobrestimados. No entanto, ninguém nos perguntou a nós, que vivemos nas terras em questão, quais os impactos e como nos podemos tornar parceiros para reforçar e melhorar os mecanismos de financiamento climático de elevada integridade, incluindo programas de crédito REDD+, para alcançar emissões zero e proteger as nossas terras. Sejam quais forem os resultados de novos métodos de medição, simplesmente não se podem comparar ao que vemos todos os dias ao viver em e junto ao que resta dos habitats naturais da Terra. Aqueles interessados em conhecer os impactos dos projetos REDD+ devem incorporar o nosso conhecimento e observações nas suas análises, se quiserem ter uma visão exata.

Além dos efeitos robustos que estes projetos têm na promoção de ecossistemas saudáveis, biodiversificados, a narrativa anti-REDD+ não levou em consideração os efeitos positivos significativos que o REDD+ está a ter nas nossas comunidades, incluindo:

Proporcionar-nos os recursos para construirmos um futuro definido pelas nossas próprias tradições, culturas e valoresus

O financiamento climático de elevada integridade e qualidade, incluindo os créditos de carbono de elevada integridade, ajudam-nos a gerar receitas a partir dos nossos recursos naturais nos nossos termos. Em vez de confiar em compromissos de ajuda pouco convictos feitos por líderes no estrangeiro, queremos ter a certeza de que o financiamento vai diretamente para as mãos das nossas comunidades.

Aqueles que assinaram esta carta estão preocupados com o facto de que as recentes e incorretas críticas aos projetos REDD+ causem danos prejudiciais a um mecanismo de financiamento essencial.  Estamos cientes de que este caminho tem desafios, mas se os jornalistas ou qualquer pessoa preocupada nos tivesse pedido a nossa perspetiva, teria ficado claro que há muito mais na história do REDD+ do que medições incorretas dos impactos da desflorestação nas nossas terras.

Consideramos, os programas de crédito REDD+ nos nossos territórios, o caminho mais direto para reconhecer, salvaguardar e receber compensação pelos nossos trabalhos de conservação tradicionais. Trata-se de uma ferramenta crítica para garantir que temos os recursos necessários para o nosso desenvolvimento e para que o nosso futuro seja definido pelas nossas próprias culturas e valore

Um caminho claro para o desenvolvimento sustentável

Os projetos REDD+ bem geridos permitem que as comunidades locais construam economias fortes, lideradas por indígenas e assentes na natureza, que não precisem de depender de atividades de extração.

Muitos projetos REDD+ também geram benefícios com impacto para a sociedade, incluindo económicos. Apoiamos estes projetos porque, até à data, têm proporcionado uma via significativa para garantirmos os nossos direitos legais, e os meios financeiros para valorizarmos as nossas práticas ancestrais e proteger as nossas terras e a Mãe Terra. Estes projetos criaram as condições para reforçar o financiamento indígena, para promover oportunidades sustentáveis de subsistência, o acesso à saúde e educação, a capacitação das mulheres, iniciativas de desenvolvimento comunitário, entre outros.

Aqueles no Hemisfério Norte devem fazer mais para garantir que as nossas perspetivas são consideradas antes de publicarem uma história que arrisca tirar recursos críticos às nossas comunidades com base numa narrativa que não retrata a situação completa. As metodologias do REDD+ não são perfeitas, concordamos com isso, mas estão a ser feitas melhorias constantes com base em dados científicos. Os programas de créditos de carbono do REDD+ devem receber a oportunidade e o apoio para crescerem até atingirem o seu potencial máximo,  como uma parte importante de um mercado que dá prioridade à transparência e integridade.

No entanto, se é para as nossas terras, povos e descendentes sobreviverem e prosperarem, não podemos afastar-nos do financiamento climático de elevada integridade, incluindo o proporcionado pelos mercados de carbono e projetos REDD+. No que respeita à promoção de soluções assentes na natureza e lideradas por indígenas, à escala e velocidade necessárias para atingir as metas climáticas globais, são o nosso recurso mais crítico.

Precisamos de apoio imediato e firme de governos e compradores do Hemisfério Norte – que devem continuar a envolver-se responsavelmente com o mercado voluntário de carbono e outros programas de crédito REDD+, à medida que continuam a evoluir, e garantir que o financiamento continua a fluir para o Hemisfério Sul.

Esta carta foi assinada por grupos e organizações liderados por indígenas que trabalham para apoiar Povos Indígenas em mais de 40 países em todo o mundo:

A Fundação Indígena FSC é uma organização global criada por e para Povos Indígenas, que procura dar soluções de longo prazo para apoiar comunidades indígenas em todo o mundo.

O Comité de Coordenação dos Povos Indígenos de África (IPACC) é uma rede de 135 organizações de povos indígenas em 21 países africanos. Isto faz desta a maior rede de povos indígenas do mundo.

A The Peoples Forest Partnership (PFP) é uma parceria igualitária entre comunidades florestais e organizações de todos os setores da economia, sociedade civil e governo, comprometida em direcionar o financiamento climático diretamente para os Povos Indígenas, proprietários tradicionais e comunidades locais (IPLC).

A Aliança Mesoamericana de Povos e Florestas (AMPB) (AMPB) é a aliança de povos indígenas e comunidades locais que protegem as maiores áreas florestais que vão do Panamá ao México.

As seguintes organizações do Hemisfério Sul também assinaram esta carta a subscrever o seu apoio:

  • A VNV Advisory Services é uma empresa de Serviços Ambientais sediada em Bangalore, Índia.
  • A Aliança Brasil NBS é uma organização privada sem fins lucrativos, que tem por objetivo promover e incentivar uma agenda para combater a desflorestação e a degradação florestal, através da criação de diretrizes e boas práticas, de modo a gerar um ambiente de negócios seguro e fiável.
  • A BaiAni Foundation dá apoio aos pequenos agricultores de cacau e abaca, numa abordagem integrada da paisagem que funde o desenvolvimento económico com a proteção ambiental.
  • A Integradora de Comunidades Indígenas y Campesinas de Oaxaca (ICICO) é uma organização sem fins lucrativos composta por 12 comunidades de cinco regiões do estado de Oaxaca, que se dedica à promoção do desenvolvimento sustentável, à geração de emprego, ao fortalecimento das capacidades locais, bem como à manutenção, melhoria e conservação dos ecossistemas florestais, agroflorestais e agrícolas das comunidades.

As nossas vozes

A verdade é que vemos que estes projetos não só têm um impacto demonstrável na redução da desflorestação, como também servem para canalizar recursos financeiros para as nossas comunidades, valorizando a nossa contribuição para as soluções climáticas globais e apoiando o nosso desenvolvimento. Sem estes projetos em vigor, as taxas de desflorestação teriam continuado a aumentar e as nossas comunidades teriam continuado a suportar o maior impacto das alterações climáticas com menos recursos para o mitigar e se adaptar.

A seguir está o que dizem as verdadeiras vozes das comunidades do Hemisfério Sul sobre os benefícios que as receitas dos créditos de carbono do REDD+ trazem às comunidades no terreno:

Mariamu Anyawire Mwakilosa, Coordenadora Comunitária no Projeto Yaeda-Eyasi, Aldeia de Qangdend, Tanzânia: “O financiamento de carbono trouxe benefícios significativos para a comunidade. O projeto promoveu a gestão responsável das florestas, o planeamento adequado do uso e a conservação da terra. Em conjunto, estas práticas melhoraram o meio ambiente local e apoiaram a preservação da vida selvagem existente. Além disso, o projeto trouxe novas e adicionais fontes de rendimento. O financiamento que recebemos da venda de créditos de carbono financia muitas coisas importantes para a nossa comunidade, como a construção de escolas e instalações de saúde e o pagamento dos salários dos locais para serem os Vigilantes da Vida Selvagem da Aldeia, que protegem as florestas.”

Regina Nada Safari, Coordenadora Comunitária no Projeto Yaeda-Eyasi, Aldeia de Qangdend, Tanzânia: “Incito as empresas que compram créditos de carbono a continuarem ou a aumentarem as suas compras. Este financiamento é fundamental para o sucesso do projeto e para que os benefícios proporcionados às pessoas e comunidades continuem. Obrigada, deixo-vos com as palavras: sem floresta, não há vida.”

Faraja Oswald Alberto, Diretor Financeiro do Projeto Ntakata Mountains, Tanzânia Ocidental: “Antes do início do projeto de proteção florestal Ntakata Mountains, houve uma invasão e a desflorestação maciça das áreas florestais. As nossas terras ficaram muito danificadas. Depois disso, a comunidade decidiu fazer um plano para melhorar o uso da terra e implementar um projeto de carbono florestal. O ambiente começou a melhorar gradualmente, à medida que a comunidade recebia financiamento de carbono para apoiar projetos sustentáveis e a conservação florestal. Além disso, atualmente, mais de 25 000 pessoas nas oito aldeias das áreas do projeto beneficiam dos desenvolvimentos, tais como clínicas, escolas e seguro de saúde. Isto está a melhorar a comunidade local e a nossa economia.”

Supuk Olekao, Responsável da WMA de Makame, em representação de cinco aldeias Maasai, Irkiushoibor, Makame, Katikati, Ndedo e Ngabolo, e respetivas comunidades, Tanzânia: “As receitas financeiras dos créditos de carbono significam que agora ganhamos com a proteção das nossas florestas, da maneira como sempre fizemos, e que agora temos os recursos para garantir que as nossas terras não são invadidas e as nossas florestas permanecem de pé. Mais importante ainda, o financiamento de carbono também traz saúde e educação às nossas comunidades, e podemos proteger os nossos meios de subsistência e a nossa cultura como Maasai.”

Kanyinke Sena, Comité de Coordenação dos Povos Indígenas de África: “Como um dos principais impulsionadores do REDD+ em África, temos proporcionado uma grande oportunidade aos povos indígenas. Pela primeira vez, o termo “’povos indígenas” pôde ser discutido livremente nos corredores dos governos africanos. Em todos os países do REDD+, as vozes do IPLC foram trazidas para a mesa como parte dos requisitos do REDD+. O REDD+ também contribuiu para o estabelecimento de mecanismos de subvenção dedicados aos PI, por exemplo, no âmbito do Mecanismo de Parceria para o Carbono Florestal e das Orientações do UNREDD FPIC no Quénia. No entanto, o REDD+ jurisdicional não alcançou o seu potencial devido à insistência de camadas sobre camadas de políticas de salvaguarda. Isto desacelerou os programas e desiludiu bastante as comunidades.”

Joseph Mwakima, Diretor de Relações Comunitárias do projeto REDD+ Wildlife Works Kasigau Corridor: “As minhas aspirações não são apenas para o nosso projeto, mas sim para o mundo inteiro. A minha esperança é que possamos abraçar o REDD+ e iniciativas semelhantes que investem nas comunidades para conservar o ambiente. Em Kasigau, através do projeto REDD+ Wildlife Works, temos uma maneira de cuidar da floresta e de ajudar os seres humanos a coexistirem com a vida selvagem. Através do trabalho do REDD+, somos capazes de financiar o que necessitamos, como educação, acesso a água potável e clínicas. Porque não quereríamos replicar o REDD+ em todo o mundo? Esta mensagem é para todos. Vamos trabalhar juntos. As alterações climáticas estão aqui e temos de fazer algo para ter um planeta onde possamos viver e que possamos deixar às gerações futuras.”

JR Bwangoy-Bankanza, Diretor Nacional da RDC, Wildlife Works:  “Eu presenciei o potencial do mercado de carbono voluntário em promover a justiça climática e social. As receitas do carbono pagaram salários de professores, novas escolas, infraestruturas de saúde, a intensificação da agricultura e instalações de água potável. Embora os resultados possam parecer, à superfície, irrealistas em comparação com os da ajuda tradicional do Hemisfério Norte, o financiamento de carbono é um desvio sério deste modelo. Essencialmente, o mercado de carbono voluntário permite-nos gerar rendimentos a partir dos nossos recursos naturais. Não estamos dependentes de compromissos pouco convictos feitos por líderes no estrangeiro. E podemos ter a certeza de que o financiamento acaba nas mãos das comunidades locais. Embora eu seja o primeiro a reconhecer que o REDD+ necessita de salvaguardas rigorosas, temo que os críticos não estejam a considerar um ponto crucial. Muitos de nós aqui em Mai Ndombe observámos melhorias transformativas na nossa qualidade de vida, que durarão por gerações, devido ao financiamento que geramos através da conservação florestal.”

Faraja Oswald Alberto, Diretor Financeiro do projeto Ntakata Mountains no oeste da Tanzânia: “Antes do início do projeto de proteção florestal Ntakata Mountains, houve uma invasão e a desflorestação maciça das áreas florestais. As nossas terras ficaram muito danificadas. Depois disso, a comunidade decidiu fazer um plano para melhorar o uso da terra e implementar um projeto de carbono florestal. O ambiente começou a melhorar gradualmente, à medida que a comunidade recebia financiamento de carbono para apoiar projetos sustentáveis e a conservação florestal. Mais de 25 000 pessoas nas oito aldeias das áreas do projeto beneficiam de desenvolvimentos como clínicas [de saúde], escolas e seguro de saúde. Além disso, a presença de salas de aula modernas e de comida para os alunos nas escolas melhora consideravelmente a educação na comunidade. Os Vigilantes da Vida Selvagem da Aldeia são agora totalmente empregados pelas suas aldeias para protegerem as florestas e recebem um salário mensal das receitas dos créditos de carbono. Grupos de empreendedores beneficiam de pequenos empréstimos tornados possíveis pelo financiamento de carbono de Cocoba (Bancos de Conservação Comunitários) para realizarem várias atividades geradoras de riqueza. Isso está a melhorar a economia local e a comunidade.”

Supuk Olekao, Responsável da WMA Makame, em representação de cinco aldeias Maasai, Irkiushoibor, Makame, Katikati, Ndedo e Ngabolo, e respetivas comunidades na Tanzânia: “Definimos uma área de conservação comunitária, ou Área de Gestão da Vida Selvagem (WMA), em 2009, para impedir a invasão das nossas terras e a sua desflorestação por parte de agricultores de subsistência nas imediações. No entanto, a autoridade de gestão da WMA foi incapaz de pô-la em prática devido à falta de financiamento. Tínhamos a organização, as ideias e as pessoas, mas não os recursos para proteger realmente as nossas terras e florestas. Fizemos parceria com a Carbon Tanzania para criar um projeto de carbono florestal em 2016. As receitas financeiras dos créditos de carbono, que agora ganhamos com a proteção das nossas florestas, como sempre fizemos, significam que agora temos os recursos para garantir que as nossas terras não são invadidas e as nossas florestas permanecem de pé. Mais importante ainda, o financiamento de carbono também traz saúde e educação às nossas comunidades, e podemos proteger os nossos meios de subsistência e a nossa cultura como Maasai.”

Regina Nada Safari, Coordenadora Comunitária no Projeto Yaeda-Eyasi: “Devido ao desconhecimento da importância da educação ambiental, houve um aumento nos danos ambientais próximo da aldeia de Domanga. Muitas pessoas simplesmente desconheciam quer os danos causados pela desflorestação, quer os benefícios da conservação da natureza. No entanto, desde o início do projeto de carbono, as florestas são cada vez mais vistas como a base de todas as atividades comunitárias, e os inúmeros benefícios que proporcionam são reconhecidos. Além disso, as receitas de carbono geradas com a proteção da floresta melhoraram o acesso à educação para muitos na aldeia de Domanga, incluindo para mim. O processo está a funcionar aqui no terreno. Peço às empresas que compram créditos de carbono que continuem ou até mesmo aumentem as suas compras. Este financiamento é vital para o sucesso do projeto e para que os benefícios que proporciona aos indivíduos e comunidades continuem. Obrigada, deixo-vos com as palavras: sem floresta, não há vida.” [Traduzido do suaíli]

Mariamu Anyawire Mwakilosa, Coordenadora Comunitária no Projeto Yaeda-Eyasi, sobre o Vale de Yaeda: “Qangdend é uma aldeia formada por agricultores, pastores e caçadores-coletores. Antes da celebração do contrato com a Carbon Tanzania, a desflorestação representava um desafio significativo para nós. Na altura, estavam a chegar à aldeia muitos novos migrantes, atraídos pela crescente popularidade do cultivo de cebola. Embora se trate de uma cultura com grande valor comercial, o cultivo de cebola tem piorado progressivamente a degradação florestal na região de Eyasi. Porém, o financiamento de carbono trouxe benefícios significativos para a comunidade aqui. O projeto promoveu a gestão responsável das florestas, o planeamento adequado do uso das terras e a sua conservação. Em conjunto, estas práticas melhoraram o ambiente a nível local e apoiaram a preservação da vida selvagem existente. Além disso, o projeto trouxe para as aldeias, que assinaram um contrato com a Carbon Tanzania, mais e novas fontes de rendimento. O financiamento que recebemos da venda de créditos de carbono financia muitas coisas importantes para a nossa comunidade, como a construção de escolas e instalações de saúde, além de pagar os salários de locais para serem os Vigilantes da Vida Selvagem da Aldeia que protegem as florestas.” [Traduzido do suaíli].

Dominique de Ambodimanga, um município em Madagáscar:“Venho de Ambodimanga. Antigamente, havia aqui muitas florestas, mas foram destruídas por cortes excessivos e incêndios. Agora, a empresa Bôndy está a dar-nos mudas e estamos dispostos a reflorestar para cobrir novamente a nossa terra de árvores. Estamos motivados a fazer esta reflorestação em Ambodimanga porque para nós representa um património que podemos deixar às gerações futuras. Antes, encontravam-se aqui várias espécies de fauna, como a ankomba, que vivia nas árvores, e a trandraka, que vivia no solo, mas agora desapareceram da área. Queremos, portanto, trazer de volta tudo o que havia aqui antes através da reflorestação.”

Jonathan Joson, Diretor, BaiAni Foundation, Filipinas: “A BaiAni Foundation continua a dar apoio a meios de subsistência agrícolas, a agricultores familiares e comunidades indígenas em Mindanau. Faz isto integrado com soluções climáticas para suster as suas iniciativas de transformação rural. Os programas direcionados para agricultores e povos indígenas são insustentáveis se dependerem essencialmente do apoio de doadores e de contribuição de corporações de curto prazo. Trabalhar com comunidades em terras altas, para desenvolver créditos de carbono de elevada integridade, também proporciona uma via de financiamento viável para as comunidades e benefícios climáticos.”

Eleuterio Manaytay, Chefe Tribal Provincial e Representante Obrigatório dos Povos Indígenas de Davao Oriental nas Filipinas: “Os povos indígenas Mandaya e Kagan, de Davao Oriental, desde há muito que são os guardiões das florestas nos seus domínios ancestrais. No entanto, devido às pressões causadas por incursões às nossas terras, pela pobreza e pelas mudanças no uso da terra, as nossas florestas têm vindo a diminuir anualmente a um ritmo acelerado. O governo sozinho não pode resolver o problema da desflorestação. As comunidades de PI há muito que expressam a sua determinação em proteger a floresta que resta com o apoio da vigilância florestal, aplicação da lei e meios de subsistência. A proteção florestal assente no desempenho oferece através do REDD+ um apoio sustentável para que as nossas comunidades tribais não só defendam as suas fontes de alimentos, biodiversidade e património, como também sejam a nossa pequena contribuição para o mundo no combate às alterações climáticas. Perder esta oportunidade é quase como pronunciar uma sentença de morte para a nossa tribo e cultura.”

Tulasi Sangraula, Presidente da Federação de Utilizadores de Florestas Comunitárias do Nepal (FECOFUN) para a Província de Koshi, Nepal: “Como Presidente Provincial da Federação de Utilizadores de Florestas Comunitárias do Nepal (FECOFUN) para a província de Koshi, tenho muito gosto em partilhar convosco a singularidade do nosso território e experiências do topo do mundo. O Everest, e mais quatro picos de oito mil metros, encontram-se nesta província, que se afunila ao longo de uma extensão de cerca de 150 kms, fazendo com que este ecossistema terrestre seja extremamente diversificado. A variação altitudinal acentuada deu origem a diversas zonas ecológicas com diferentes tipos de florestas que abrigam uma grande diversidade de flora e fauna, muitas das quais importantes a nível global. Grupos comunitários gerem a floresta neste hotspot biológico através de instituições locais, chamadas Grupos Comunitários de Utilizadores Florestais (CFUG), que constituem a imagem de marca da gestão participativa das florestas a nível mundial. Estes grupos são instituições democráticas locais, com a sua própria constituição, sistema de governança socialmente inclusivo, planos de gestão e operacionais e conta bancária. Existem, no total, 3758 CFUG nesta província, que gerem 421 529 hectares de floresta com a participação ativa de mais de meio milhão de agregados familiares, o que se traduz num alcance de mais de 2 milhões de pessoas.”

Rumini, trabalha na Yayaysan Konservasi Pesisir Indoneisa (Yakopi), uma organização sem fins lucrativos que trabalha para conservar e restaurar mangais: “Vivo em Klantan Luar, Distrito de Langkat, tenho 56 anos, 5 filhos e 4 netos. Há muito que faço parte do grupo dos mangais. Sempre segui a sua atividade. Entrei porque queria continuar a proteger os mangais. Quero que esta planta seja sustentável para todos os nossos netos. O meu marido e eu juntámo-nos ao grupo para proteger os mangais para o nosso futuro e para os peixes, caranguejos e camarões terem onde se reproduzirem, como eu e a minha família. Tenho 2 filhos que ainda estão na escola e precisamos de dinheiro para pagar os estudos, por isso, isto é muito útil para nós. Enquanto houver mangais, a minha família é ajudada financeiramente.  Dos mangais podemos tirar peixe, caranguejos e camarões, que estão agora muito melhores, porque os mangais podem crescer melhor e ser um lar para todos eles, e eu sempre posso ajudar a nossa economia que aqui existe há 50 anos.”

Mariya Lakshi Kosta, Empreendedora, Mohuttuwarama, Lagoa de Puttlam, Kalpitiya, Sri Lanka: “Sou grata a este projeto. Pude fazer um programa de formação adicional ao abrigo deste projeto de restauração de mangais. Aprendi muitas artes manuais, métodos de corte e costura, tricô e ainda culinária. Isso deu-me uma oportunidade maravilhosa de melhorar as minhas habilidades e capacidades. Estas novas habilidades e conhecimentos ajudaram-me a ser uma mulher empreendedora autoconfiante e bem-sucedida. Estou muito feliz por poder apoiar, não só o bem-estar da minha família, como também a subsistência da nossa comunidade através deste projeto.”

A.S. Vihaldeen, Agricultor, Sammatiyavadi, Pallivasaithurai, Lagoa de Puttlam, Sri Lanka: “Vivemos nesta floresta de mangues e neste ecossistema lagunar há muitas gerações. Mas, por numerosas razões, este ecossistema foi destruído e os habitats naturais foram perturbados. Este projeto deu-nos bons conhecimentos e incentivou-nos a continuar a cultivar e a proteger o solo. Isso proporcionou-nos uma boa colheita. Também gostaria de destacar que esta é a principal fonte de rendimento das nossas famílias. Por isso, este projeto é benéfico para a nossa comunidade.”

P. Sylvester Fernando, Pescador, Mohuttuwarama, Lagoa de Puttlam, Kalpitiya, Sri Lanka: “Esta é uma forma sustentável de proteger o ambiente. Neste projeto dão-nos plantas para plantar e também nos pagam para cuidarmos delas. Isso motiva-nos a dar prioridade e a preocuparmo-nos mais com o ambiente. Além disso, este projeto ajuda-me a ter uma fonte de rendimento adicional para a minha família. Estou muito contente por fazer parte e também por ser chefe de equipa neste projeto. O meu filho e a minha mulher também fazem agora parte deste projeto. Por isso, a minha família tem apreço por este projeto.‘’

W.D Daminda, Agricultor, Lagoa de Puttlam, Sri Lanka: “Este projeto trouxe muitos benefícios às nossas florestas de mangais e à diversidade das lagoas. As lagoas são conhecidas por serem berçários para a reprodução de peixes e especialmente de camarões. Mas nos dias de hoje, devido ao turismo não planificado e à utilização de Dolomite na pesca, e também a alguns químicos como o cloro, os habitats são destruídos e o ambiente poluído. Este projeto tem como tema a conservação dos mangais para proteger a comunidade. Neste sentido, é muito bom e eu e a minha família queríamos agradecer muito por este projeto e também pedir a outros que se juntem a ele.”   

W.T.P Krishnan, Pescador em águas interiores de Pambattihandiya, Lagoa Mundal, Sri Lanka: “Este projeto é muito bom para a nossa comunidade e também para o povo do Sri Lanka. Mais importante ainda, sendo uma ilha, temos uma grande extensão de mangais e ecossistemas lagunares no nosso país. Para proteger estas zonas húmidas e corpos de água salobra, o solo é indispensável. Este projeto ajuda a proteger o ambiente com uma gestão adequada e a conservar os mangais e o ecossistema. Coletivamente, melhora a qualidade de vida da nossa comunidade.  Agradeço a este projeto do fundo do coração.”

S.P. Somapala, Pescador em águas interiores, Lagoa de Panakala, Sri Lanka: “A comunidade piscatória da nossa lagoa vive da pesca. A lagoa tem um extenso pântano de mangais onde habitam muitas espécies de flora e fauna, como peixes, crocodilos e pássaros. Devido à guerra civil no Sri Lanka, grande parte foi destruída, e ficámos muito pobres. Mas depois deste projeto de restauração de mangais, temos agora muitas oportunidades e diria que nos deu uma nova vida. Este projeto colaborou com o departamento de vida selvagem, Timber Corporation, e muitos outros órgãos governamentais, e ajuda-nos a melhorar a nossa qualidade de vida e também a conservar os mangais e o ambiente de forma sustentável. Tenho orgulho e o privilégio de participar neste projeto como chefe de equipa.” 

A. Vignashwaran, Pescador em águas interiores, Lagoa de Mundalama, Sri Lanka: “A nossa família agradece e tem apreço por este projeto de restauração de mangais por nos ajudar a ter uma fonte de rendimento adicional e também a garantir o futuro dos nossos filhos  Além disso, este projeto permite proteger o ambiente e a biodiversidade da flora e fauna das zonas húmidas da lagoa. Através deste programa, são desenvolvidas áreas de viveiro onde camarões e muitas variedades de peixes estão concentrados.  A minha família está feliz por trabalhar neste projeto.”

Mon Samien, Aldeia de Ork 4, Distrito de Koh Nhek, Província de Mondulkiri, Camboja: “Antes da intervenção do projeto na minha comunidade, a minha subsistência dependia de produtos florestais não madeireiros porque era só isso que eu sabia fazer. Agora quanto ao clima, está a afetar a comunidade no que respeita aos efeitos das alterações climáticas. Na estação das chuvas, os agricultores começaram a plantar e cultivar legumes, mas não choveu regularmente como seria de esperar. Houve chuva, mas acabou por secar. Não há chuva contínua para os agricultores poderem cultivar e ter boas colheitas. Após a intervenção do projeto, os agricultores foram encorajados a praticar tipos de agricultura e a cultivar legumes diferentes como meio de subsistência e fonte de rendimentos. Desde então, comecei a mudar a minha atividade de subsistência.”

Veronica Moniz, Chefe de Aldeia, Anahun, Aldeia de Odomau, Timor-Leste: “Acredito que este projeto ajudará muito Timor-Leste a tornar-se o país mais verde do mundo. Existe um grande potencial da minha comunidade mudar de atitude através do seguimento das diretrizes das práticas agroflorestais integradas e sustentáveis e das práticas agrícolas permanentes, no sentido de apoiar e garantir (a vitória na luta contra) as alterações climáticas para liderar a nova geração de Timor-Leste. Este projeto também nos vai permitir continuar a cultivar e a aumentar os rendimentos da nossa família. O meu sonho irá tornar-se uma realidade se este projeto for usado para orientar os agricultores da minha aldeia a longo prazo a alcançarem o objetivo de aumentar os rendimentos das (todas as) famílias.”

Lucia Pereia, Chefe de aldeia, Moleana, Aldeia de Ritabou, Timor-Leste: “Estou confiante que o projeto irá ajudar os agricultores da minha aldeia a melhorarem a qualidade e a quantidade de culturas através de práticas agroflorestais sustentáveis, cercas para o gado, alimentação para o gado e plantação de culturas para a sua segurança alimentar, e que as pessoas irão plantar árvores para produzirem benefícios do carbono. Todos os produtos serão levados para o mercado e as (pessoas) ficarão entusiasmadas ao ganharem dinheiro com as suas próprias explorações agrícolas. Os agricultores estão dispostos a ceder as suas terras para a implementação deste projeto, de modo a ganharem dinheiro no futuro através do seu trabalho árduo.”

Maria Borges, Dirigente do Grupo de Mulheres, Miligo, Aldeia de Lia bote, Timor-Leste: “Com este projeto, também receberemos formação empresarial que nos ajudará a fazer negócio com os nossos produtos agrícolas. O dinheiro que receber com a venda dos meus produtos agrícolas, reservarei algum para o meu grupo cooperativo e o restante é para comprar produtos e vendê-los no mercado. O dinheiro da cooperativa ajuda a pagar as mensalidades escolares dos meus filhos e as compras diárias necessárias em casa. Sou membro do grupo, o que facilita a obtenção de um empréstimo da cooperativa com uma taxa de juro reduzida. Nestas atividades, como pequena empresária, sou apoiada pelo meu marido e filhos para gerir o negócio.”

Rodina Gama, Grupo de Mulheres Agricultores e Promotora de Produtos Locais, Tapo Meak, Aldeia de Manapa, Timor-Leste: “Este projeto agroflorestal integrado constitui um sinal do impacto positivo que nos ajudará a ter boas práticas agrícolas, com formação no processamento de alimentos locais para serem vendidos no mercado local e nacional. Recebemos formação em manteiga de amendoim, produzimos a manteiga de amendoim e vendemo-la no mercado. O dinheiro que recebemos é guardado em duas caixas; uma é usada para o processamento de amendoim e a outra para as nossas necessidades básicas em casa e para as necessidades escolares das crianças. Os resultados desta aprendizagem ajudam realmente a aumentar os rendimentos na nossa família.”

Alina Liviet, Vice-Presidente do Comité Permanente dos Povos Indígenas da FSC, Comunidade de Ixtlán de Juárez, Oaxaca, México: “A comunidade de Ixtlán aventurou-se há 2 anos na venda de créditos de carbono, tem florestas certificadas há mais de 20 anos pela FSC e, para ter florestas fortes e saudáveis, a comunidade requer um grande investimento económico, que vai desde a recolha de sementes, cultivo de árvores, reflorestação, manutenção, combate a pragas e incêndios, conservação de aquíferos, preservação da flora e fauna nativas e ameaçadas, entre outras atividades.Há mais de 40 anos que a comunidade de Ixtlán tem levado a cabo estas atividades, com recursos próprios e algum apoio do governo, daí que a venda de créditos de carbono tem trazido recursos económicos que são usados em parte para financiar essas atividades e devolver assim à floresta uma pequena parte de tudo o que nos oferece.”

Eugenio Yatz Tacul, Dirigente da comunidade El Cedro em Livingston, Izabal, Guatemala: “Na comunidade de El Cedro participamos com 345 hectares de floresta, que são conservados através do Projeto REDD+. Graça a ele, conseguimos uma série de benefícios para as famílias e trazer bem-estar à comunidade. Além disso, através do projeto, adquirimos 7 armadilhas fotográficas com as quais temos podido observar toda a biodiversidade que habita as nossas florestas, destacando-se a observação de muitos felinos, como o ocelote e o tigrillo.”

Mayra Pop, Bolsista do programa de bolsas de estudo, Izabal, Guatemala: “Através do Projeto REDD+, os adolescentes e jovens de comunidades como a minha podem continuar e concluir os seus estudos. Além disso, temos acesso a serviços básicos de saúde e a aconselhamento pessoal sobre os nossos Direitos Humanos e os Direitos das Mulheres. Através do projeto, pude ser a primeira mulher da minha família a começar (e brevemente a terminar) estudos universitários, e a primeira na minha comunidade a romper a barreira do casamento com filhos numa idade jovem.”

Veja uma versão em PDF da carta aqui.

News

Informações sobre os documentos a serem apresentados para requerer o IFP

Encontrar informações detalhadas sobre como se candidatar ao Programa de Bolsas de Estudo Indígenas

ARQUIVOS DE APRESENTAÇÃO E MOTIVAÇÃO:

Os documentos podem ser em vídeo, áudio, imagem, palavra, power point ou formato pdf. 

Essas são algumas das perguntas que os candidatos devem responder em sua carta de motivação:

Subprogramas 1, 2 e 3: 

  • Quem sou eu? 
  • Qual é a minha comunidade? 
  • que fiz/minha experiência liderando ou apoiando organizações dos Povos Indígenas e implementando projetos ou iniciativas com as comunidades dos Povos Indígenas? 
  • que estou fazendo agora?  
  • Por que quero me candidatar a esse programa de bolsas de estudo? E para este subprograma em particular? 
  • Como isso vai me ajudar a conseguir o que quero fazer? 
  • Que projeto estou implementando agora mesmo e o estarei implementando depois da bolsa? 
  • Como vou me engajar com os 3 objetivos do IPARD? (Desenvolvimento de Capacidade, Incidência Política e Desenvolvimento Econômico), Qual dos três objetivos mais lhe interessa? (para o sub-programa 1) 
  • Por que eu deveria ser selecionado para este programa? Como este programa de bolsas vai melhorar minhas capacidades e por que o senhor precisa dele?

Subprograma 4: 

  • Quem sou eu?  
  • Qual é a minha comunidade? 
  • que eu fiz/minha experiência liderando ou apoiando minha comunidade ou uma organização de Povos Indígenas e implementando projetos ou iniciativas com comunidades de Povos Indígenas? 
  • que estou fazendo agora?  
  • Por que quero me candidatar a esse programa de bolsas de estudo? E para este sub-programa em particular? 
  • que eu faria com os novos conhecimentos e habilidades que adquiriria graças à minha participação no programa de bolsas de estudo?

Informações sobre o empreendimento:

INFORMAÇÕES GERAIS: 

  • Título do empreendimento 
  • País/província/comunidade de implementação 
  • Setor econômico e tópicos transversais aos quais se aplica 
  • Incluindo uma carta de uma organização de povos indígenas apoiando a iniciativa (com nome, endereço, número de telefone e um contato específico com nome, sobrenome, e-mail e assinatura)

O QUÊ?

  • Descrição do empreendimento e seu impacto na comunidade 
  • Número de possíveis famílias a serem beneficiadas com a proposta 

QUEM?

  • Descrição da organização interna do empreendimento, ano da criação, informações de contato, bens.  
  • Quais são as necessidades identificadas para o desenvolvimento organizacional e outras necessidades técnicas para fortalecer o empreendedorismo? 

POR QUÊ?

  • Por que esse empreendedorismo deveria ser selecionado? 
  • Qual é o resultado esperado?  

COMO E QUANDO?

  • Como vai ser utilizado o investimento acelerado e como vai contribuir para o autodesenvolvimento Indígena e a autoconfiança Indígena?  
  • Quando vai ser executado?  
  • Um orçamento e um cronograma de execução devem ser incluídos. 

APRESENTAR DUAS CARTAS DE REFERÊNCIA POR ORGANIZAÇÕES DE POVOS INDÍGENAS: REFERENCE LETTE

Os documentos podem ser em word, em power point, em formato pdf ou em foto. 

As referências não podem ser fornecidas por membros da família imediata dos candidatos, isto é, pais, irmãos, irmãs, tias, tios, primos ou avós). 

Essa é a informação mínima que deve ser incluída na carta de referência:

Para todos os subprogramas: 

Informações sobre o candidato:

  • Nome e sobrenome 
  • Como ela/ele está/ele está envolvido(a) na Organização ou em assuntos comunitários? (membro participante, membro da equipe de administração) 
  • O que ela/ele faz na Organização/comunidade/empresa?  
  • Quais são suas habilidades que a tornam uma boa aptidão para o programa que ela/ele deseja aplicar? 
  • Quais são suas características, ou seja: persistente, comprometida, honesta, aprendiz ávida, respeitosa, trabalhadora, empática. 

Informações sobre a organização (ou Autoridade Indígena) que está escrevendo a referência: 

  • Nome 
  • Endereço, incluindo comunidade, município e país. 
  • Número de telefone 
  • Contato específico com nome, sobrenome, e-mail e assinatura  
  • Posição da pessoa que escreve a nota

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