News

Cultivando um futuro: a jornada de Daniel Maches e Jaymar Garcia rumo à sustentabilidade econômica com base no conhecimento indígena

Como dois jovens indígenas estão cultivando cultura e sustentabilidade

As florestas regulam nosso clima, limpam o ar que respiramos e sustentam a biodiversidade que torna a vida possível. No entanto, todos os anos, mais de 12 milhões de hectares de florestas são perdidos devido a práticas destrutivas.  

A Fundação Indígena FSC (FSC-IF), em conjunto com o Forest Stewardship Council (FSC), trabalha ao lado dos povos indígenas para proteger as florestas e fortalecer as soluções naturais lideradas por indígenas. No centro dessa visão estão jovens indígenas como Daniel e Jaymar, que estão levando a sabedoria ancestral para o futuro. 

Como dois jovens indígenas estão cultivando cultura e sustentabilidade

Nas encostas arborizadas de Benguet, nas Filipinas, dois jovens empreendedores indígenas estão provando que os negócios podem ser um ato de preservação cultural e gestão ambiental. Daniel Jason Maches, da tribo ILias, e Jaymar Garcia, das tribos Kankanaey e Kalanguya, cofundaram a Banolmi Store PH para divulgar o café cultivado na floresta e a culinária tradicional enraizada no conhecimento ancestral. 

Para Daniel e Jaymar, o empreendedorismo não se resume ao lucro, mas ao valor. Em sua língua, Banolmi significa “nosso valor”, simbolizando a herança das montanhas, rios, terraços de arroz e florestas transmitida por seus ancestrais. “Nossas florestas são vida”, explica Daniel. “Elas nos dão água, alimento e identidade. Protegê-las não é apenas sobrevivência: é honrar nossos ancestrais.” 

Seu trabalho desafia o domínio das indústrias extrativas, oferecendo meios de subsistência sustentáveis que restauram a biodiversidade em vez de esgotá-la. Por meio da agricultura agroecológica, eles estão revivendo variedades tradicionais de arroz e sementes nativas, criando um banco de sementes para o futuro e transformando o cultivo de café em uma ferramenta de conservação. Jaymar reflete: “A comida é cultura. Quando salvamos nossa culinária indígena, também salvamos as espécies nativas que sustentam nosso povo”. 

Além da agricultura, a Banolmi Store PH se tornou um banco de sementes da memória cultural, preservando sabores e práticas que correm o risco de se perder. O impacto se estende à comunidade: as famílias agora veem o café e os alimentos nativos como fontes sustentáveis de renda, enquanto a culinária tradicional está ganhando novo reconhecimento como identidade cultural e ferramenta para a conservação da biodiversidade. 

A jornada não foi isenta de riscos. Desde lidar com as obrigações familiares até enfrentar a rotulação como comunistas durante sua defesa, Daniel e Jaymar demonstraram liderança com coragem, encontrando maneiras não confrontadoras de defender suas florestas enquanto construíam a confiança da comunidade.  

Olhando para o futuro, o sonho de Daniel e Jaymar

Esses empreendedores indígenas sonham em expandir a Banolmi para um modelo que possa ser replicado em outras comunidades, mostrando que os empreendimentos liderados por indígenas são viáveis e transformadores. Eles imaginam não apenas fazendas de café, mas sistemas agroflorestais completos que fornecem alimentos, restauram florestas e sustentam tradições culturais.  

Para isso, eles esperam construir parcerias com organizações, empresas e indivíduos que compartilhem sua visão e colaboradores que possam ajudar a abrir mercados, fornecer recursos e amplificar sua mensagem. “Nosso objetivo é mostrar que os alimentos e produtos indígenas não são apenas patrimônio, eles são o futuro”, diz Jaymar.  

Neste Dia Mundial do Empreendedor, a história de Daniel e Jaymar nos lembra que o conhecimento indígena é inovação. O empreendimento deles não está apenas produzindo café: está cultivando um futuro onde cultura, comunidade e conservação prosperam juntas.